13 abril 2008

ESTE CASO É UMA GRANDE VERGONHA PARA O NOSSO PAIS!!!! DEPOIS DE RECEBER ESTA MENSAGEM JAMAIS ENTRAREI NESTE ESTABELECIMENTO (BAR HAWAI NAS DOCAS) QUE

"O grupo de 23 pessoas com deficiência ligeira (física e mental), todas adultas, integrava a colónia de férias da Cooperativa de Solidariedade Social Cercipóvoa, da Póvoa de Santa Iria. Maria João Aires, uma das monitoras que esteve no local, conta como tudo se passou.

O grupo chegou ao Hawaii por volta das 23h00 e durante cerca de uma hora divertiu-se, dançou e, segundo a monitora, "interagiu com os outros clientes". Hora e meia depois um dos funcionários do estabelecimento informou Maria João Aires de que este iria fechar, devido a um problema técnico, convidando-os a pagar e a sair. A monitora confessa ter achado estranho, pois os outros clientes não estariam a ser avisados do mesmo problema. Decidiu permanecer.

Minutos depois é dada indicação de que o bar iria mesmo encerrar. O grupo sai, juntamente com os outros clientes, só que estes permanecem junto à porta, de copo na mão. "Disseram-me que iria fechar e já não voltaria a abrir, mas estavam a pedir aos outros para não se irem embora", disse ao Correio da Manhã.


RECLAMAÇÃO DIFÍCIL

Maria João Aires decidiu mandar o grupo embora e esconder-se ali perto. O que viu chocou-a: "Automaticamente as portas abriram-se e o bar voltou a funcionar em pleno." A monitora voltou a aproximar-se do bar para pedir o Livro de Reclamações, mas responderam-lhe que "nem sequer existia", apesar de uma referência à sua existência na porta do estabelecimento.

Chamou então a PSP e foram os agentes da esquadra do Calvário que exigiram o Livro de Reclamações. Este foi novamente recusado pelo funcionário do Hawaii, argumentando que o bar não havia prestado qualquer tipo de serviço ao grupo. Maria João Aires não pensou duas vezes. Sacou do comprovativo da despesa e mostrou-o: 75 euros, relativos a 29 bebidas consumidas. Só nessa altura o livro surgiu.

"Foi como um balde de água fria", diz Maria João, frisando que a maior parte dos utentes da Cercipóvoa nem sequer tem possibilidade de frequentar estabelecimentos do género com amigos e familiares. No âmbito da colónia de férias, o mesmo grupo já foi ao cinema, teatro, praia e piscina. Maria João Aires assegura que "não foram discriminados em mais nenhum local".

Contactada pelo CM, a responsável do turno do dia do Hawaii escusou-se a comentar, remetendo qualquer esclarecimento para o encarregado do turno da noite, que não esteve disponível.


REGRAS E MULTAS NORMAS

As regras do bar Hawaii estão afixadas à porta do estabelecimento, que abre às 12h00 e encerra às 04h00. O acesso só é vedado a quem não manifestar intenção de utilizar os serviços prestados, a quem se recuse a cumprir as normas de funcionamento privativas do bar e a quem entrar em áreas de acesso reservado.


QUEIXAS

Também à porta, o estabelecimento avisa que o Hawaii dispõe de Livro de Reclamações. Está escrito em português, inglês e francês.


COIMAS

A recusa em apresentar o Livro de Reclamações é punida com um máximo de 30 mil euros.


FISCALIZAÇÃO

A Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) é a entidade competente para fiscalizar os estabelecimento de restauração e bebidas.


SAIBA MAIS

1996 é o ano em que foi instituído o Livro de Reclamações em Portugal. A sua existência passou a ser obrigatória nos locais de atendimento público a partir de 1 de Janeiro de 1997. 128 mil queixas foram registadas no último ano e meio. A restauração e o comércio são os sectores de actividade que mais reclamações suscitam.


CONSTITUIÇÃO

Os portadores de deficiência física ou mental têm direitos e deveres previstos constitucionalmente.


DIREITOS

De acordo com a Carta dos Direitos do Cidadão, as pessoas portadoras de deficiência mental não podem ser rejeitadas, marginalizadas ou retiradas do convívio da família ou da sociedade."

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